domingo, 4 de abril de 2010

Vogal e Consoante

Palavras, dizem tanto mas ao mesmo tempo não dizem nada. Sim, frase clichê, porém certa.
Palavras, trazem tantas reações tolas e insignificantes, que podem quebrar a alma humana em bilhares de pedaços.
Palavras, tão vagas, tão puras, inconscientes, sentimentais..
Palavras, não me importam.
Palavras, não expressas, comprimidas.
Palavras, não tente me atingir com elas.
Palavras, palavras que formam frases que ainda não deixaram eu dizer tudo que guardo comigo.
Palavras, não representam tanto quanto emoções.
Palavras, poucas estas que estão contidas no meu vocabulário, pois não conseguem expressar nem a metade do que acontece dentro de mim.
Emoções, uma palavra.
Sentimento, uma palavra.
Esperança, eu tenho.
Verdade, é uma mentira.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Sem título.

Eu fico impressionada com a tendência que eu tenho de gostar do difícil, do errado, complicado.
Não sei como consigo sempre, independente da questão, ficar situada na linha da indecisão. Mesmo que eu saiba exatamente o que eu quero e do que preciso, eu corro atrás do perigo, do erro, da confusão, do barraco.. acho que é influência.
E o que os outros estão pensando disso? Desde que não seja alguém realmente significante pra mim, eu não dou a mínima. Los Hermanos que o diga! "eu gosto é do estrago", e que estrago !
Não estou me prejudicando, não sou tão ridícula a esse ponto. Estou apenas costruindo tijolo por tijolo, meu castelo de orgulho, onde eu fico trancada na mais alta torre, esperando que o "príncipe encantado" atravesse a ponte da destruição sem cair no meu rio de amarguras e mate por mim os dragões que me cercam.

terça-feira, 9 de março de 2010

Doutor, por favor.

Seu lar começa e parecer uma prisão, suas atitudes são contraditórias a seus pensamentos, teu quarto é obscuro, o infinito não te surpreende , a sede não seca, o sono não é efetivo, a fé se esvai, os sonhos são efêmeros, os olhos não vêem, as mãos não sentem, o chão não é base, o céu não é limite, o mundo para, a respiração é ofegante, seus sentidos estão confusos, sua voz não é a mesma, quem fala não é quem pensa, sua personalidade se torna dupla, sua mente viaja para longe de ti, teu corpo entra em transe, suas mãos tremem sem parar, seus pêlos arrepiam aos poucos, de sua cabeça sai fumaça, a inveja invade teu corpo, as veias saltam, seus olhar é fixo, tua boca adormece, travesseiro encharcado de lágrimas, esse gosto é amargo, expressão de limão, a caixa se fecha, o armário te assusta quando bate, você não sabe o que sentir, já é tarde demais, compromissos estão caindo em um abismo, o dia vira noite e a noite, tudo outra vez.
Ciclo vicioso que toma minha vida, ou talvez seja eu que estou tomando a cada segundo um gole de minha morte. Viva em paz, descanse em paz !

segunda-feira, 8 de março de 2010

Sinta vontade.

Encontrei de um modo distorcido, o meu esconderijo, onde agora eu posso me aconchegar e gastar horas pensando e me corroendo por ter tentado não fazer mal a ninguém, e como consequência fiz mal a mim mesma. Porém arrependimentos irão trazer o mesmo que eu venho sentido a muito tempo, então penso que é desnecessário "chorar sobre o leite derramado".. o difícil é eu conseguir praticar o que eu penso, pois provavelmente vou cometer o erro de apenas pensar, outra vez.
Quando imaginei que estava ficando tudo bem, estável, eu me enganei friamente, pois foi bem nesse momento que o meu mundo começou a girar cada vez mais rápido, fazendo com que tudo virasse de cabeça pra baixo.
É como se eu estivesse sendo engolida por um sentimento de dupla face, onde explicações se tornam cada vez mais vagas, o óbvio fica confuso e.. eu sinto como se eu estivesse morrendo aos poucos, por ter me deixado levar tão facilmente, como se fosse uma insignificante folha no vento. Se eu tivesse parado e pensado, talvez eu ainda estaria "junto de minha árvore", formando uma imagem melhor de mim mesma e dos que ficam ao meu redor.
Não, sinto dizer que não estou louca, afinal eu ainda enxergo, enxergo tanto que vejo as imagens do passado se dissolvendo no vento aos poucos, quebrando cada vez em mais pedaços o meu coração. Não estou louca pois ainda ouço, ainda ouço vozes me dizendo coisas que queimavam por dentro, queimavam me deixando em êxtase e traziam o pensamento de que era aquilo que eu precisava em minha vida para que tudo funcionasse normalmente. Não estou louca pois ainda respiro, mas respiro apenas com o objetivo de poder pensar, pois se não fosse isso eu faria qualquer coisa para que minha vida se esvaísse subitamente, já que nada do que eu fiz fez sentido, absolutamente na-da.
Enfim, não vou ficar perdendo meu tempo escrevendo sobre meus meros sentimentos aqui..

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Vida Social.

As vezes eu sinto falta de algo que nunca me pertenceu, alguma coisa da qual nunca gostei, simpatizei. Para mim é como se o frio me aquecesse, como se um corte profundo me desse prazer.
Estranho sentimento que se compara com o amor: efêmera (ou não) sensação que me arranca sorrisos e suspiros sem motivo algum, me faz enchergar beleza na tristeza, ter interesse na solidão. Quando amo, me sinto atraída pelo oposto, loucuras e loucuras não passam de singelos momentos de límpida lucidez, onde as calmas músicas de letras muitas vezes melancólicas soam em minha cabeça, fazendo com que lágrimas escorram por minha face em um momento de felicidade.
Idiotice minha, estou apenas enganando a mim mesma com sorrisos a frente do espelho, me afetando mais e mais, mas não irei dispensar o que me faz bem, mesmo que seja momentâneo.
O que me resta agora é pegar meu violão e tocar, tocar até quando meus dedos sangrarem escorrendo junto a meu sangue minha paixão que é a maior parte de mim, do meu dia, da minha vida..

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Selva civilizada.

Distante, mas perto, escama minha pele, muda meus olhos, minhas unhas, minha boca, trancada na sala rindo sozinha, psicopata amadora de noite e de dia.
Textos sem sentido me completam por dentro, aquecem meu coração e emudecem minha dor.
As vezes no escuro eu olho para uma luz, me sinto segura mas não passa o terror. Seria diferente com alguém por aqui ?
Pode parecer estranho, mas além dessa casa abandonada, o único lugar onde eu encontro abrigo é no coração de outro alguém, melhor que seja recíproco, já cansei de sofrer no fim. Certa vez uma sábia me disse que sofrimento era trajetória, imagino então que eu já tenho percorrido meu caminho.. mas não cheguei a lugar nenhum.
Não vou botar o pé na estrada, mas sei que amanhã estará perto de mim.
Distante, mas perto, escama minha pele, muda meus olhos, minhas unhas, minha boca, trancada na sala rindo sozinha, psicopata amadora de noite e de dia...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Dignidade.

Uma tarde de terça, no coração meus dedilhados de blues.
Nada para me satisfazer, o que me leva a errar outra vez.
Meus olhos me enganam facilmente.. relação novela e telespectador.
Conversando comigo mesma enquanto a minha vida lá fora continua, sem protagonista.
Momento desnecessário, perdendo meu tempo. Mas quando ocorreu o ganho ? Instigante pergunta que aflinge minha mente..
Para mim, inútil ser vagando sem vida a resposta está lá ! Logo em cima de minha cama e debaixo dos cobertores.
Boa noite, Cinderela.